Esta semana vou-vos falar da farinha de trigo de sarraceno. Sou sincera convosco, não é a minha preferida pelo sabor intenso que apresenta, mas gosto quando usada em pequenas quantidades. Mas esta é uma farinha muito em voga, principalmente entre os celíacos pois não contém glúten.
Cada receita é uma receita e nada melhor do que experimentar para saber o que resulta melhor para vocês, seja com esta farinha, seja com outra qualquer. No meu caso gosto de a "diluir" no meio de outras farinhas, como é caso das panquecas apresentadas abaixo, mas o meu filho adorou as madalenas feitas apenas com a farinha de trigo sarraceno.
Uma coisa é certa, incluir esta farinha na vossa alimentação só vai trazer vantagens para a vossa saúde!
O que é a farinha de trigo sarraceno?
A farinha de trigo sarraceno é nada mais, nada menos do que o resultado da moagens das sementes de trigo sarraceno.
O trigo sarraceno é a semente de uma planta chamada Fagopyrum esculentum, e é aparentada do ruibarbo, não tendo nenhuma ligação ao trigo (apesar do nome), nem ao centeio ou a qualquer outro grão.
Esta farinha é muito usada em países como a Rússia, França, Japão. Pode ser usada em diversas receitas tais como panquecas, blinis, crepes e massas, conferindo um aumento do valor nutricional.
Quais os benefícios de incluir farinha de trigo sarraceno na minha alimentação?
O trigo sarraceno é uma semente muito rica em em proteína e fibra. A sua ingestão é muito benéfica para o coração e todo o sistema cardiovascular e ajuda a prevenir a diabetes e problemas digestivos. Esta semente tem altos níveis de antioxidantes e, por isso, é chamada de "super-alimento".
Apesar de estar na moda comer trigo sarraceno, a verdade é que já existe e é consumido há milhares de anos. Por ser isento de glúten, é muito popular entre os celíacos, mas deveria ser consumido por todos por esta semente ter uma composição de aminoácidos especial, cujo seu consumo traz muitas vantagens ao nosso metabolismo. Alguns desses benefícios são a diminuição do colesterol, diminuição da tensão arterial e melhor funcionamento do sistema digestivo, por ser um pré-biótico.
O trigo sarraceno é também rico em zinco, magnésio, fósforo, manganês, vitamina E e vitaminas do complexo B, muito importantes para o nosso metabolismo, sendo particularmente importante para a prevenção da depressão e de dores de cabeça e enxaquecas.
Uma chávena (250ml) contém cerca de 6 gramas de fibra solúvel e, escusado será dizer o que esta fibra faz aos nossos intestinos, deixando-os felizes pela diminuição do inchaço e da obstipação.
Como usar a farinha de trigo sarraceno?
A farinha de trigo sarraceno é bastante saciante, não contém glúten e tem um sabor forte. Usada em pequenas quantidades resulta num produto húmido e macio, mas quando usado em grandes quantidades pode deixar a sensação de se estar a comer algo muito denso, pesado, seco, com sabor forte e com areia fina.
Em panquecas eu prefiro usar mais ou menos 50% de farinha de trigo sarraceno e 50% de farinha de trigo ou de espelta integral. Já em scones, muffins e bolos prefiro diminuir a quantidade de farinha de trigo sarraceno para um quarto e os restantes 3/4 compostos de farinha de trigo, cevada ou espelta.
Apesar da minha experiência, aconselho-vos a experimentar e a decidir o que é melhor para vocês e para a vossa família. O melhor é começar por substituir a farinha de trigo por pequenas quantidades e aumentar devagar a partir daí.
Deve-se aumentar também a quantidade de líquido usada na receita, adicionando 1 a 2 colheres de sopa a mais. O uso de banana ou courgette em bolos vai garantir que estes terão um maior equilíbrio de humidade, quando se está a usar a farinha de trigo sarraceno.
No caso do pão não aconselho o uso exclusivo de farinha de trigo sarraceno, pois acabarão por obter um pão seco, denso, que se esfarela facilmente, cuja massa é extremamente difícil de trabalhar. Deverão substituir até 50% da farinha de trigo e aumentar a quantidade de água.
Por ser isenta de glúten, bolos e bolachas confeccionadas com farinha de trigo sarraceno terão resultados melhores se for usada goma de xantana, embora seja totalmente opcional.
PANQUECAS DE RICOTTA
Ingredientes (2 pax):
80g de queijo ricotta
2 ovos médios
2 colheres de sopa rasas de açúcar em pó
2 colheres de chá de essência de baunilha
35g de farinha de trigo sarraceno
50g de farinha de espelta integral
1/2 colher de chá de fermento em pó
1 pitada de sal
frutos vermelhos e mel para acompanhar
Preparação:
Aquecer uma frigideira antiaderente em lume médio.
Entretanto coloca-se o queijo ricotta, as gemas, o açúcar e a essência de baunilha numa tigela, reservando as claras para bater em castelo. Mistura-se até se obter um creme suave.
Adicionam-se as farinhas e o fermento e envolvem-se no creme.
Batem-se as claras em castelo com a pitada de sal e envolvem-se com delicadeza na massa das panquecas.
Colocam-se colheradas de sopa cheias na frigideira e cozinha-se lentamente 3 a 4 minutos do primeiro lado e 2 a 3 minutos do segundo lado. Irão obter um total de 6 panquecas.
Servir de imediato com frutos vermelhos e regadas com um fio de mel.
MADALENAS DE ALFAZEMA
(sem glúten)
Ingredientes (15 unidades)
2 ovos
60g de açúcar mascavado
60g de farinha de trigo sarraceno
1 colher de chá de pó Royal
1 colher de café de alfazema
50g de manteiga derretida
Preparação:
Triturar a alfazema num almofariz até estar reduzida a pó.
Bater bem os ovos com o açúcar até este estar dissolvido.
Misturar a farinha com o fermento e adicionar à mistura de ovo e açúcar.
Verter a manteiga derretida na massa, bem como a alfazema em pó e misturar.
Distribuir a massa pelas formas de madalenas untadas com manteiga e levar ao frigorífico durante 1 hora.
Ligar o forno a 180ºC.
Após uma hora de repouso, levar as madalenas ao forno durante 10 minutos, ou até esterem cozidas e douradinhas.
Sugestões diferentes mas ambas gostosas!!! bj
ResponderEliminarSugestões diferentes mas ambas gostosas!!! bj
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